Brasil ratifica protocolo da OIT contra trabalho forçado

 


Brasil ratifica protocolo da OIT contra trabalho forçado

O Brasil deu um passo importante no combate ao trabalho forçado ao ratificar o Protocolo de 2014 da Convenção 29 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A aprovação pelo Senado Federal em julho de 2025 colocou o país entre as nações comprometidas com a erradicação de formas modernas de escravidão, como o tráfico de pessoas e a exploração de condições degradantes de trabalho. O protocolo fortalece a legislação nacional e reforça o alinhamento com diretrizes internacionais.


O que é o Protocolo de 2014 da OIT?

Adotado na 103ª Conferência Internacional do Trabalho, o protocolo atualiza a Convenção 29 da OIT, de 1930, para responder aos desafios contemporâneos. Suas principais diretrizes incluem:

  • Prevenção eficaz de práticas de trabalho forçado.
  • Proteção das vítimas, especialmente mulheres, crianças e migrantes.
  • Combate ao recrutamento fraudulento de trabalhadores.
  • Promoção de campanhas educativas para conscientizar empregadores e trabalhadores.

Compromisso do Brasil na luta contra a escravidão contemporânea

O ministro Augusto César, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), destacou que a ratificação reafirma o compromisso histórico do Brasil no enfrentamento dessas práticas. Desde 2003, o país vem atualizando sua legislação:

  • Artigo 149 do Código Penal: Criminaliza o trabalho em condições análogas à escravidão.
  • Expropriação de terras: Pela Constituição Federal (artigo 243), propriedades onde for comprovado trabalho escravo podem ser confiscadas.

Com a ratificação, o Brasil se junta a outros 62 países que assumiram o compromisso de aplicar as diretrizes do Protocolo de 2014.


Avanços institucionais e o Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo

Para colocar as diretrizes em prática, a Justiça do Trabalho lançou, em 2023, o Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Proteção ao Trabalho do Migrante. Este programa já conta com 18 projetos em andamento, incluindo:

  • Capacitação de profissionais: Juízes e servidores são treinados para acolher vítimas de escravidão ou tráfico humano.
  • Campanhas educativas: Ações em escolas e comunidades para conscientizar sobre os direitos trabalhistas.
  • Apoio a migrantes: Facilitar a documentação, proteção e inserção social de trabalhadores estrangeiros vulneráveis.
  • Monitoramento de decisões judiciais: Avaliar como as sentenças judiciais impactam a erradicação do trabalho escravo.

A urgência do problema

Os números reforçam a importância do combate ao trabalho forçado:

  • Brasil: Mais de 3 mil pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão em 2023, de acordo com o Radar da Inspeção do Trabalho.
  • Mundo: Dados da OIT, Walk Free Foundation e Organização Internacional para as Migrações revelam que 28 milhões de pessoas viviam em escravidão moderna em 2021.

👀 Como denunciar trabalho escravo e tráfico de pessoas no Brasil

Existem canais confiáveis para denúncias, garantido o sigilo. Veja como denunciar:

1. Disque 100 (Direitos Humanos)

  • Telefone: Ligue 100 (gratuito, 24 horas/dia).
  • WhatsApp: Envie uma mensagem para (61) 99656-5008.
  • Site:

Ícone do sitewww.gov.br

.

2. Aplicativo "MPT Pardal"

  • Descrição: Ferramenta do Ministério Público do Trabalho para denúncias de infrações trabalhistas.
  • Disponível para download: iOS e Android.

3. Ministério Público do Trabalho (MPT)

  • Site para denúncias:

Ícone do sitewww.mpt.mp.br

.

4. Polícia Federal

  • Compareça à delegacia mais próxima ou ligue para o 190 em casos de emergência.

5. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

  • Site:

Ícone do sitewww.gov.br

.

  • Procure a Superintendência Regional do Trabalho na sua região.

6. Conselhos Tutelares

  • Para casos que envolvam crianças e adolescentes, denuncie no Conselho Tutelar da sua cidade.

Colabore para salvar vidas

Denunciar é uma ação crucial para enfrentar o trabalho escravo e proteger os direitos humanos. Informe-se, compartilhe informações e, se necessário, utilize os canais disponíveis. Sua contribuição pode transformar vidas e ajudar a eliminar essas práticas inaceitáveis da nossa sociedade.

 

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