Resumo Explicativo sobre o Julgamento do Marco Civil da Internet pelo STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou:
o julgamento de recursos que questionam aspectos do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014),
especialmente a responsabilidade civil de plataformas por conteúdos publicados por terceiros e a remoção de material ofensivo sem ordem judicial.
Contexto e Posições dos Ministros
Até agora, três ministros votaram contra a exigência de ordem judicial para a retirada de conteúdos ofensivos.
Os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux, e Luís Roberto Barroso argumentaram contra essa exigência. O julgamento será continuado com a votação do ministro André Mendonça.
Casos Concretos
- RE 1037396 (Tema 987): Relatado por Dias Toffoli, envolve o Facebook, que questiona uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo para excluir um perfil falso.
- RE 1057258 (Tema 533): Relatado por Luiz Fux, trata de uma decisão que responsabilizou o Google por não excluir uma comunidade ofensiva no Orkut.
Discussões sobre Responsabilidade Civil
No RE 1037396, a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil está em foco.
Este artigo requer:
- ordem judicial específica para que plataformas
possam ser responsabilizadas por atos ilícitos de terceiros.
- Toffoli considerou o modelo atual inconstitucional e sugere utilizar o artigo 21, que permite a remoção de conteúdo por simples notificação.
No RE 1057258, discute-se se as plataformas devem remover conteúdos ofensivos sem intervenção judicial.
- Fux propôs a remoção imediata de conteúdo ofensivo após notificação e que, em casos graves (como discurso de ódio), se proceda ao monitoramento e retirada sem notificação prévia.
Considerações de Proteção e Audiência Pública
- Barroso destacou que o Marco Civil não protege suficientemente direitos fundamentais e valores democráticos, sugerindo a remoção imediata de conteúdos que constituam crimes.
As audiências públicas permitiram que diversas entidades compartilhassem suas opiniões e contribuíssem com o processo decisório do STF.
Este julgamento pode redefinir o equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilização das plataformas, influenciando diretamente a forma como o conteúdo é gerido na internet no Brasil.
Fonte: STF notícias
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