Os povos indígenas e o Coronavírus
Fedderal Supreme Court Indigenous peoples and the Coronavirus. Indigenous lives matter
Indigene Völker des Obersten Gerichtshofs der Fedderal und das Coronavirus. Indigene Leben sind wichtig
Fedderal Supreme Court Popoli indigeni e Coronavirus: le vite degli indigeni contano
Les peuples autochtones de la Cour suprême fédérale et le coronavirus. La vie des autochtones compte
Federal'nyy Verkhovnyy Sud Korennyye narody i Koronavirus. Vopros zhizni korennykh narodov
Liánbāng liánbāng zuìgāo fǎyuàn tǔzhù rénmín hé guānzhuàng bìngdú tǔzhù shēngmìng zhì guān zhòngyào
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No início de julho, o
relator, ministro Luís Roberto Barroso, determinou que o governo Federal
adotasse uma série de medidas para conter o contágio e a mortalidade por
covid-19 entre a população indígena.
- Para a Apib - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e seis partidos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT, PDT) as ações e omissões do poder público no combate à covid-19 em aldeias indígenas estão causando um “verdadeiro genocídio, podendo resultar no extermínio de etnias inteiras”. Elas apontam que a taxa de mortalidade por covid-19 entre indígenas é de 9,6%, contra 5,6% na população brasileira em geral.
De acordo
com o relator, ministro Luís Roberto Barroso, cabe ao Poder Público assegurar
aos povos indígenas os meios necessários usufruto de assistência à saúde.
Em
liminar de junho, o ministro determinou a adoção de uma série de medidas, que
foram aplaudidas pelos pares. Os ministros concordaram com todas as frentes
adotadas na liminar, que abrangem os povos indígenas em isolamento e de contato
recente, e os indígenas em geral.
Avançando no caso ontem (05) por
unanimidade o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na sessão desta
quarta-feira (5), confirmou determinação para que o governo federal adote
medidas de contenção do avanço da Covid-19 nas comunidades indígenas.
As medidas incluem a criação de
barreiras sanitárias e sala de situação, a retirada de invasores e a
apresentação de plano de enfrentamento.
Os ministros referendaram decisão
cautelar concedida parcialmente pelo ministro Luís Roberto Barroso na Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, em que a Articulação dos
Povos Indígenas do Brasil, em conjunto com seis partidos políticos (PSB, PSOL,
PCdoB, Rede, PT, PDT), argumentam que há falhas e omissões do governo federal
no combate ao coronavírus nas aldeias indígenas.
A maioria dos ministros concordou
com todas as medidas deferidas na cautelar pelo ministro Luís Roberto Barroso,
relator da ADPF, como a criação de barreiras sanitárias e sala de situação, a
retirada de invasores e a apresentação de plano de enfrentamento.
Na sessão de segunda-feira (3),
Barroso havia votado pela ratificação integral da liminar, em que foi negada
apenas o pedido de desintrusão imediata, por entender que os invasores devem
ser removidos somente após um plano produzido pela União.
Não participaram do julgamento os ministros Cármen Lúcia e Celso de Mello.
Barreiras sanitárias e sala de
situação
Segundo o entendimento unânime da
Corte, há necessidade de criação de barreiras sanitárias, em razão da
vulnerabilidade dos indígenas, que devem permanecer isolados para assegurar
maior proteção.
Retirada dos invasores
O ponto mais sensível da ADPF foi a questão da retirada dos invasores. A Corte considerou a ilegalidade das ocupações, mas observou a necessidade de protocolos de atuação. A maioria votou com o relator, pela elaboração de um plano de desintrusão para que, posteriormente, ocorra a retirada dos invasores.
Infraestrutura operacional
O ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou integralmente o relator, salientou que as desintrusões devem ser realizadas pela Polícia Federal com a ajuda das Polícias Militares locais e uma estrutura maior de apoio, formada por assistentes sociais, psicólogos, médicos e enfermeiros que, no momento, estão mobilizados no combate à pandemia. “Há todo um trabalho pré-policial para direcionamento das pessoas que lá invadiram”, disse. Segundo ele, a retirada de invasores precisa de uma infraestrutura operacional, com o estabelecimento de protocolos de atuação, daí a importância de um plano.
Julgamento cautelar
Alguns ministros também observaram que o exame da questão ainda é preliminar e que, para o julgamento de mérito da questão, a Corte precisará de um panorama sobre a situação das terras indígenas. Para eles, entre outros dados, será necessário o envio de informações detalhadas sobre a localização e a quantidade dos invasores e as condições da região, além da produção de um cronograma de retirada.
Mapeamento e força-tarefa
Na sessão do dia (05), o relator
reafirmou que a retirada de invasores não acontece “num estalar de dedos, mas é
um processo”. Trata-se, segundo ele, de dever da União, que deve apresentar um
plano com um cronograma possível de ser realizado. Barroso lembrou que, no
âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), foi instituída uma força-tarefa para o levantamento
e o mapeamento das áreas em que a situação é mais grave.
Divergência parcial
O ministro Edson Fachin
apresentou divergência pontual. Para ele, a retirada dos invasores deve ser
imediata, a fim de não colocar os indígenas em risco de contágio da Covid-19.
Em relação aos outros pontos, Fachin acompanhou o voto do relator.
Após dificuldades técnicas, no
dia 22 de julho o Min. Barroso indicou representantes para acompanhar reuniões
sobre pandemia em aldeias. Indígenas afirmaram que complicação em plataforma
tecnológica prejudicaram o acompanhamento de reuniões. Para ministro, o fato é
“lamentável”.
Assim o ministro Luís Roberto
Barroso, do STF, designou a conselheira do CNJ Maria Thereza Uille Gomes e um
observador do gabinete dele para acompanhar debates entre líderes indígenas e
governo Federal para conter o avanço da covid-19 em aldeias. A decisão se deu
no âmbito da ADPF 709 e estipula, ainda, que as reuniões sejam feitas por meio
de plataforma adequada, com imagem e som disponibilizados a todos os
participantes a partir do próximo encontro.
Ao analisar o caso, Barroso ressaltou que as medidas determinadas por ele “são uma experiência pioneira de diálogo institucional (entre o Judiciário e o Executivo) e de diálogo intercultural (entre a nossa cultura e as tradições indígenas)” com o objetivo de salvar vidas e preservar etnias.
Veja a reportagem da TV Justiça pelo You Tube no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=JHX56T_9B5Q&feature=emb_logo
Fonte: STS, SINTESE, CONJUR,
Migalhas,
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